terça-feira, 21 de junho de 2011





Eu estava conversando com uma boa amiga dia desses – aliás, devo fazer uma pausa para agradecer a ela por sempre ouvir minhas reflexões e me fazer sorrir mesmo quando tudo esta difícil – sobre uma ida a manicure, as pessoas deveriam ser mais sociáveis, se você se permitir conversar com alguns estranhos pode enxergar coisas que jamais veria com esse seu tapa de cavalo, com medo de perceber o que esta ao seu lado, esse tipo de coisa só te deixa mais vulnerável, mas enfim não quero perder o ponto.
Naquele dia eu me lembro de ter conversado com as mulheres mais velhas que assim como eu estavam ali pra ficar com as unhas lindas, e elas pareciam tão experientes pra mim, com salto alto, bolsa cara, cabelo com a cor e escova perfeita, e eu me pegava pensando: um dia quero ser assim, ter essa atitude mulher, bem vestida, cuidar de mim, saber conversar e passar uma boa impressão, cansei da minha atitude adolescente que tantas vezes me faz chorar ao ver meu ex de décadas atrás com sua atual.
Mas foi ai que eu me lembrei: as aparências enganam. As conversas começaram e imaginem qual seria o assunto em um lugar com mais de cinco mulheres? Relacionamentos (e mesmo que fosse só a manicure e mais uma aposto que seria esse também), é claro que foram citados temas como trabalho, família, mas no final todas contaram uma historia de amor, algumas bem bonitas e outras nem tanto assim. Mas eram histórias de amor do mesmo jeito, e ganhavam um olhar cheio de lágrimas meu por isso.
Em todas as histórias, o amor tão procurado por aquelas mulheres estavam ao lado delas o tempo todos, era um figurante perdido em uma festa, era o melhor amigo do namorado, o primeiro namoradinho, o idiota que só causava implicância na época de escola, de uma forma ou de outra, após um tempo essas mulheres perceberam que o homem da vida delas sempre esteve ali, bem ao lado, pouco notado por não olhar direito ou por ter se acostumado a vê-lo ali.
Comentei isso com minha amiga, de alguma forma não conseguia parar de pensar nisso, será que todos nos já encontramos o amor da nossa vida? Aquele com quem vamos viver tudo que sempre sonhamos? E se for o meu ex? E se for o melhor amigo dele? E se for aquele cara passando na rua agora, ele parece ter olhado pra mim...
A verdade é que o amor da nossa vida provavelmente já passou por ela, não ficou por não ser a hora, a gente pode ter notado, ou não. Mas de alguma forma, já esteve aqui. É claro existem casos em que o amor é surpresa, vem de longe ou coisa do tipo, mas se você olhar bem vai perceber que esses casos são raros, acontecem sim, mas não com todo mundo, e isso não é um problema, isso não muda em nada.
O problema é que ouvir tudo que elas disseram me fez pensar demais, é essa minha loucura de levar tudo a sério demais, de querer que tudo que eu saiba aconteça em minha vida, querer adiantar as coisas.
Mas no final da conversa percebi, talvez a gente só deva perceber isso quando encontrarmos mesmo nosso homem ou mulher da vida. Afinal, isso não é a coisa mais importante do mundo, isso é só conseqüência, isso é algo que não deve ser um problema e sim a solução.
Após alguns surtos que fizeram minha amiga concordar comigo e rir da minha cara – amigas de verdade fazem isso – decidimos que aquela conversa na manicure tinha sido importante como tudo que a vida nos ensina, mas a vida ensina tantas coisas, é diferente pra cada um, nada é regra, a vida é cheia de possibilidades, a verdade é que o homem ou a mulher que você tanto sonha pode estar ao seu lado, ou do outro lado do mundo, na hora certa você saberá, não precisa se preocupar.


Bruna Bianconi (http://pegueolapiseescreva.blogspot.com)

Nenhum comentário:

Postar um comentário